Chiaroscuro, o terceiro álbum de estúdio de Pitty, já era considerado uma das grandes apostas para a música nacional em 2009. Produzido por Rafael Ramos (Dead Fish e Cachorro Grande) o álbum quebra um intervalo de 4 anos desde seu último lançamento de inéditas, o elogiado álbum Anacrônico (2005), e é lançado em CD, em formato digital e em vinil.As 11 faixas que compõem Chiaroscuro trazem de forma direta o som que projetou Pitty no cenário atual, porém, traz sonoridades que fazem do álbum um disco diferenciado. Com letras inteligentes e melodias fáceis, Chiaroscuro flerta com estilos como o tango e o soul e assegura o lugar de Pitty entre os grandes nomes da atualidade.
Chiaroscuro tem início com a ótima “8 ou 80”, pesada e com ótimo refrão, a música já se destaca pela qualidade de produção, com uma riqueza de detalhes e efeitos que só acrescentaram à música. “Me Adora”, primeira faixa de trabalho, destaca-se pela execução, cheia de groove e com letra fácil, que tende a crescer ainda mais ao vivo. O clipe dessa música, inclusive, já foi lançado no youtube no dia 18 de julho e já ultrapassa a marca de 540 mil visualizações, assistam-o "aqui".
“Medo” justifica a escolha do título do álbum, é uma das mais pesadas do disco e explica o conceito de Chiaroscuro (claro/escuro), que foi uma das técnicas utilizadas por Leonardo Da Vinci em suas pinturas. Esse jogo entre as faixas faz com que o álbum não se torne cansativo em sua audição e traga sempre algo diferente para o ouvinte. “Água Contida” flerta nitidamente com o tango e, embora com um andamento mais cadenciado, ganha força com seu refrão somado ao bom trabalho de backing vocal realizado por toda banda. “Só Agora” é a primeira balada do disco e antecede “Fracasso”, que chega com uma introdução direta e tem tudo para se tornar um dos grandes hits de Pitty nos próximos shows, com todos os ingredientes necessários para funcionar ao vivo.
Chiaroscuro traz claras referências a elementos literários em suas faixas, caso de “Desconstruindo Amélia”, que conta com uma ótima composição e antecede outro grande momento, a rápida “Rato na Roda”, que é seguida da ótima “Trapézio”, provavelmente a sequência mais intensa do álbum. “A Sombra” faz jus ao nome e é uma das faixas mais simples e obscuras da carreira de Pitty. “Todos Estão Mudos” (clara alusão à música “Todos Estão Surdos” de Roberto Carlos) dá números finais a mais um grande lançamento de 2009.
Chiaroscuro termina como começou, sem firulas e focado em sua mensagem, com isso, Pitty assegura seu lugar de destaque na atualidade com um álbum bem elaborado, cheio de detalhes e ótimas composições.








1 comentários :
Eu sou suspeito pra falar da Pitty. Ouvia falar dela desde os tempos em que não curtia rock, quando ela tocava em umas festas num casarão aqui da cidade. Adoro todos os CDs dela e mais ainda a postura como artista. Gostei muito desse CD, apesar de ele ser - não sei explicar o porquê - um pouco diferente dos demais. Eu ja escolhi minha preferida: Medo. Mas o álbum e todo bom.
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